terça-feira, 31 de março de 2009

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, QUESTÃO PSICOPEDAGÓGICA?

Por Alexsandro Rosa Soares


Durante muito tempo, a criança com dificuldades de aprendizagem, era encaminhada a um especialista para confirmar sua “normalidade”. Conforme fosse o resultado desse diagnóstico, a criança era encaminhada para classes ou escolas especiais que ofereciam um ensino diferenciado, contudo todo esse processo de deslocamento conseqüentemente também vinha de encontro com um processo de desmotivação por parte da criança, tendo em vista ser necessário um novo processo de adaptação a uma nova estrutura educacional, a novas relações humanas com os colegas, enfim, a todo um retrocesso do intuito de sanar a dificuldades apresentadas pelo aluno.
Quando professores e educadores têm uma reflexão psicopedagógica é mais fácil analisar o porquê do seu aluno não aprender e quais os fatores que levam o aluno a ter dificuldades no processo de aprendizagem. Muitas das vezes os mesmos tendem a procurar um culpado para isso tudo, e o maior crucificado é o meio familiar em que o aluno vive por sua postura e comportamento. Sempre há uma desculpa dos fatores que levam o aluno a ter dificuldades. Preguiça, lentidão ou apenas falta de atenção ou de interesse são algumas delas, que muitas das vezes são usadas pelos educadores como forma de tirar de suas costas a responsabilidade, no entanto, essas desculpas tendem a contribuir para o agravamento dessas dificuldades, deixando o aluno cada vez mais desmotivado a apreender.
Muitos dos problemas enfrentados na escola, entre eles a indisciplina e a dislexia provêm de várias situações sócioafetivas não resolvidas no decorrer dos anos. É uma série de sentimentos que vivenciam no meio e que se refletem na aprendizagem, às vezes, positivamente e, às vezes, negativamente.
A dificuldade de aprendizagem é um tema que deve ser estudado levando-se em conta todas as esferas em que o indivíduo participa (família, escola, sociedade, etc...) Sabe-se que nunca há uma causa única para o fracasso escolar e que também um aluno com dificuldade de aprendizagem não é um aluno que tem deficiência mental ou distúrbios relativos, na verdade, existem aspectos fundamentais que precisam ser trabalhados para obter-se um melhor rendimento em todos os níveis de aprendizagem e conhecimento. Quando falamos de aprendizagem e conhecimento não estamos nos referindo somente a conteúdos disciplinares, mas também a conhecimento e desenvolvimento vital que são tão importantes quanto.
Dizer que a escola não oferece condições satisfatórias para o desenvolvimento de um trabalho que atenda as necessidades e dificuldades de cada aluno é, com certeza, revelar-se acomodado, pois para que aconteça a superação das dificuldades no ensino é necessário um ingrediente especial que é a CONDIÇÃO HUMANA; sendo os subsídios materiais apenas recursos dispensáveis. A escola é sim um espaço privilegiado para o bom desenvolvimento da aprendizagem, pois através dela o aluno pode ter um convívio direto com novas perspectivas de conhecimentos e diferentes contatos com indivíduos ímpares.
Quanto a nós, embora possamos considerar um conjunto de fatores, como o são a motivação e auto-estima do aluno e o envolvimento dos pais, entre outros, será a qualidade do ensino ministrado que fará a diferença. A paciência, o apoio e o encorajamento prestado pelo professor serão com certeza os impulsionadores do sucesso escolar do aluno, abrindo-lhe novas perspectivas para o futuro. (CORREIA, 2005)
Vivemos num momento em que o acorde para as necessidades do aluno vem à tona. Surge no espaço pedagógico a reflexão de que a escola não pode ser apenas transmissora de conteúdos e conhecimentos, muito mais que isso, a escola tem a tarefa primordial de “reconstruir” o papel e a figura do aluno, deixando o mesmo de ser apenas um receptor, proporcionando ao aluno que seja o criador e protagonista do seu conhecimento. Levar o aluno a pensar e buscar informações para o seu desenvolvimento educacional, cultural e pessoal é uma das tarefas primordiais e básicas da educação. Para isso se fazem necessárias medidas urgentes e precisas.
As dificuldades de aprendizagem devem ser levadas em conta, não como fracassos, mas como desafios e serem enfrentados, e ao se trabalhar essas dificuldades, trabalha-se respectivamente a dificuldades existentes na vida, dando oportunidade ao aluno de ser independente e de reconstruir-se enquanto ser humano e indivíduo.
Segundo Paulo Freire (2003), o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente “lido”, interpretado, “escrito” e “reescrito”. Essa leitura do espaço pedagógico pressupõe também uma releitura da questão das dificuldades de aprendizagem.
Infelizmente, a aprendizagem, em algumas instituições continua seguindo o modelo tradicionalista, onde é imposta e não mediada, criando uma passividade entre aquele que sabe e impõe e aquele que obedece calado.
É necessário levar em conta também os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam, se faz necessário para a criança um suporte humano e apoiador para que a mesma possa se libertar do que a faz ter dificuldade.
É importantíssimo ressaltarmos toda contribuição da Psicopedagogia, promovendo uma análise mais aprofundada de tudo relativo à aprendizagem proporcionando uma reestruturação e reinterpretação do verdadeiro fator que leva às dificuldades de aprendizagem, reconhecendo-se que essas dificuldades fazem parte de um sistema bio-psico-social que envolve a criança, a família, a escola e o meio social em que vive.
Como bem define o papel da Psicopedagogia e seus interesses, o Prof. João Beauclair (2004) diz que: enquanto área de conhecimento multidisciplinar interessa a Psicopedagogia compreender como ocorre os processos de aprendizagem e entender as possíveis dificuldades situadas neste movimento.
É louvável dizer que só conseguiremos mediar as dificuldades de aprendizagem, quando lidarmos com nossos alunos de igual para igual; quando fizermos da aprendizagem um processo significativo, no qual o conhecimento a ser aprendido e apreendido faça algum sentido para o aluno não somente na sua existência educacional como também na sua vida cotidiana.
Enfim, não devemos tratar as Dificuldades de aprendizagem como se fossem problemas insolúveis, mas, antes disso, como desafios que fazem parte do próprio processo da Aprendizagem, a qual pode ser normal ou não-normal. Também parece ser consensual a necessidade imperiosa de se identificar e prevenir o mais precocemente possível as Dificuldades de aprendizagem, de preferência ainda na pré-escola.


Bibliografia:
BEAUCLAIR, João. O que é a Psicopedagogia?. Rio de Janeiro, 2004, disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=98
CORREIA, L.M.; MARTINS, A.P.; Dificuldades de Aprendizagem: Que são? Como entendê-las?. Rio de Janeiro, 2005.
FREINET. C. Uma escola ativa e cooperativa. São Paulo. 2002. Disponível em http://www.novaescola.abril.com.br. Acesso em 30 set. 2004
FREIRE. P. Pedagogia da autonomia, 27 ed, São Paulo: Paz e Terra, 2003.
FREIRE. P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 2 ed. São Paulo: Olho dágua, 1993.
SOARES, Dulce Consuelo R. Os vínculos como passaporte da aprendizagem: um encontro D’EUS. Rio de Janeiro, Caravansarai, 2003.
Publicado em 01/02/2005 13:52:00

segunda-feira, 16 de março de 2009

CIDADANIA

Conhecer e praticar a cidadania faz parte da saúde socail. Os pais devem ensinar aos filhos que não é justo nem ético ofender e menosprezar as pessoas, fingir que não existem, achar que a culpa é sempre dos outros. Qualquer ser humano merece ser tratado com respeito. Dê poder a um ignorante e ele mostrará sua ignorância bo poder.
  • Quando os pais aceitam a delinquência do filho, estão lhe dando autoridade, que acaba gerando poder. Como não tem conhecimentos, muito menos sabedoria, o ignorante transforma suas vontades e instintos em leis impostas tiranicamente.
  • A criança que guarda seu brinquedo depois de brincar aprende a cuidar dos pertences. Para ter, é preciso saber preservar.
  • Quem tem o hábito de arrumar o quarto cuida de seu pequeno habitat. Logo esses cuidados se estenderão à casa e à escola. No futuro, a pessoa terá facilidade de cuidar da cidade e do planeta.
  • A criança que quer ser ouvda e atendida deve aprender a se expressar e a pedir. Se ela obtém respostas, saberá corresponder a quem lhe pergunta.
  • Quem não respeita os próprios pais não tem como respeitar a sociedade.

Içami Tiba

sexta-feira, 13 de março de 2009

ENTRE IRMÃOS

PAIS, NUNCA COMPAREM UM FILHO COM OUTRO OU COM QUALQUER PESSOA. CADA UM TEM O PRIVILÉGIO DE POSSUIR IDENTIDADE PRÓPRIA.
  • Brigas são maneiras de buscar poder, autonomia, importância, individualidade. Os pais devem tratar cada filho de modo diferente. Podem, ao mesmo tempo, premiar o que merece e não dar nada para o que não merece. Uniformizar castigos por consequências tira o valor deles.
  • Brigas físicas não podem ser toleradas. Os pais devem interferir fisicamente na separação dos briguentos com um sonoro, firme e claro "parem com isso!". É difícil, quase impossível, descobrir o responsável pelas brigas para castigá-lo, pois todos têm argumentos bastante razoáveis de que são vítimas e não algozes. A culpa é sempre do outro.
  • Se um dos filhos estiver machucado ou com olho roxo, o que feriu deve assumir as consequências: fazer curativos ou compressas de água fria ou quente no outro. Castigos não resolvem brigas entre irmãos, mas assumir as consequências e compensar os danos pode educar bastante.

Içami Tiba

quinta-feira, 12 de março de 2009

HORA DE ESTUDAR

PAIS, ESCOLHAM LOCAL E MESA ADEQUADOS PARA O ESTUDO. É IMPORTANTE QUE CAIBAM O CADERNO E OS COTOVELOS ABERTOS DA CRIANÇA SOBRE A MESA. NÃO PARA APOIAR OS COTOVELOS, E SIM OS ANTEBRAÇOS E AINDA SOBRAR ESPAÇO SUFICIENTE PARA OUTROS CADERNOS E LIVROS.
  • Ajudem a organizar os horários de estudo. Descubram quais horários rendem mais e quando é inútil ficar sentado à frente dos livros.
  • A criança deve estudar em voz alta e evitar decoreba. Num quarto com TV, internet, telefone ou qualquer outro atrativo, torna-se sonífero ler somente com os olhos. E não é justo que a mãe ou qualquer outro adulto leia a lista de lições para a criança. O importante é que ela mesma descubra ou lembre o que deve ser feito. Afinal, ela é responsável pela lição de casa.
  • Saber algo na ponta da língua não é o que interessa. É importante que a criança aprenda a pensar. Portanto, em vez de tomar a lição, peçam à criança que a explique usando suas próprias palavras: "Vamos fazer de conta que você é o professor, e eu, seu aluno. Só não vale repetir o que está escrito. Invente um jeito diferente de me explicar". O que favorece o aprendizado é aplicar o que se estudou. Dar aula é um excelente método de construção do conhecimento.

Içami Tiba

quarta-feira, 11 de março de 2009

PAPOS E COMIDAS

Todos passam por momentos de inapetência. Ninguém morre por ficar sem comer algumas horas. Mas a criança tem de aprender que, se não comer, vai ficar em jejum até a próxima refeição. Por isso:

  • é importante que ela se sente à mesa e converse com os pais durante a refeição, mesmo que não coma, pois isso aumenta e fortalece a alegria de viver em família.
  • a refeição deve ser acompanhada de conversas alegres, sem muito peso nem responsabilidade, para que não se prejudiquem a mastigação e a digestão.
  • o mau-humor é péssimo tempero para a alma.
  • a criança que aprende que a comida adequada faz bem a seu corpo, assim como ouvir boas histórias agrda à alma, sabe esperar e suportar frustações - o que é fundamental para viver bem em sociedade.

Içami Tiba

terça-feira, 10 de março de 2009

ERROS E APRENDIZADOS

  • Em lugar de castigos e punições, usem a filosofia das consequências. Geralmente, o castigo não educa, o que educa é corrigir o erro.
  • Consequências tem de ser educativas e previamente combinadas entre os pais, para que as crianças saibam que fizeram algo que não deviam fazer.
  • Gritando ou batendo, perde-se a autoridade da ética e a força da razão. Expliquem os motivos da proibição e do "não".
  • Quanto menor a idade da criança, mais curtas e claras devem ser as explicações. Peçam e ouçam a versão dos filhos, mas não aceitem uma justificativa qualquer.

Içami Tiba

segunda-feira, 9 de março de 2009

EXIGÊNCIA E GRATIDÃO

  • Não exijam do filho mais do que a capacidade dele permite nem deixem de exigir o que ele é capaz de fazer.
  • Peçam a ajuda do filho, mas sem explorá-lo.
  • Agradeçam-lhe com um sonoro e fetivo "muito obrigado", coroado com um gostoso beijinho estalado na bochecha, quando sentirem de fato gratodão no coração pela ajuda que recebram. Não banalizem a gratidão.
  • Depois de atenderem a um pedido da criança, agachem-se e, olhando no fundo dos olhos dela, peçam: "E o meu 'muito obrigado' não vem?". O sentimento de gratidão fortalece os relacionamentos e inspira boa vontade.
  • Mais importante que o resultado simples e seco é saber dos recursos utilizados para consegui-lo. Tirou nota 8,0? Será que colou do vizinho? Assinou o trabalho do grupo sem participar dele? Porém, o 8,0 vale muito mais se estudou. E é assim que a ética e a disciplina são incorporadas na formação da auto-estima.

(Içami Tiba)

quinta-feira, 5 de março de 2009

NÃO SE BASEIE APENAS EM SUA EXPERIÊNCIA PASSADA


Contam que certa vez duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente. Assim, logo ao cair, nadou até a borda do copo. Mas como a superfície era muito lisa e ela tinha as asas bastante molhadas, não conseguiu sair do copo. Acreditando que não havia jeito, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater e afundou.
A outra mosca, apesar de não ser tão forte como a primeira, era persistente. Continuou se debatendo, se debatendo e se debatendo por tanto tempo, que aos poucos, com toda aquela agitação, parte do leite ao seu redor se transformou em um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu com muito esforço subir e dali alçar vôo para um lugar seguro.
Tempos depois, essa mesma mosca, por descuido ou acidente, novamente caiu em outro copo. Como já havia aprendido com a experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira, pousou na beirada do copo e gritou:
Tem um canudo ali! Nada até lá e suba por ele!
A mosca persistente não lhe deu ouvidos, preferindo acreditar no que tinha aprendido em sua experiência anterior de sucesso. Continuou a se debater e a se debater até que, exausta, afundou no copo cheio de água e morreu.
Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, não deixamos de notar as mudanças de ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados, até que afundamos em nossa própria falta de visão?
Fazemos isso quando não conseguimos ouvir quem está fora da situação.


(Autor Desconhecido)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Você ganha força, coragem e confiança a cada experiência em que enfrenta o medo. Você tem de fazer exatamente aquilo que acha que não consegue.
ELEANOR ROOSEVELT

segunda-feira, 2 de março de 2009

"O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes".
Cora Coralina